O amor destrói suas grandes ideias
- Marcos Ferri

- 14 de jun.
- 1 min de leitura
Atualizado: 15 de jun.
E + uma dica de música
Por Marcos Ferri

O amor te tira do prumo, pelo bem e pelo mal. O amor corrói sua dignidade, esfarela sua decência e te embrega.
A maldita fatia de carinho que se procura custa caro. O amor te enobrece e emburrece, enlouquece.
O amor incendeia e apaga... sufoca e salva.
Dúbio...
Ele destrói suas ideias, suas verdades e mata sua racionalidade. Faz você procurar olhos grandes, ávidos e amendoados na multidão. O amor escarnece a sua essência escondida.
Causa furor quando perto e traz frio quando distante. São cílios, pelos e perfumes. Lábios, marcas e cicatrizes.
O amor é um egoísta filantropo: arrecada muito e finge distribuir para aliviar a consciência e o ímpeto.
O amor é a certeza dos indecisos e a dúvida dos egocêntricos.
O amor é a ganância que não se sacia. É a fome que não se acaba.
O amor te engole e regurgita. Te mata e ressuscita. O belo, maldito amor. Desprovido de razão, entulhado de impulsos. O amor que se desvalida e renuncia ao orgulho.
O sentimento que chega e sufoca, acovarda os corajosos e fortalece os fracos.
O amor… ah, o amor.
O mistério mais lindo, idiota e necessário que existe...
Essa crônica foi livremente inspirada na música"O Amor", uma versão de Alice Caymmi para a composição de Rafael Pérez Botija.






